as vezes esquecemos de completar as coisas. momentos que queremos abraçar mais que a necessidade ou a capacidade. esquecemos de olhar as essenciais. perdemos tanto buscando a melhor escolha. e o mundo cíclico nos coloca em injúrias pelo passado. mas passou?! nem sempre passa. por algum momento é possível ainda querer momentos tão simples de algo que se viveu, que é possível acreditar que só a lembrança já é doce por si só. imagino sempre mais do futuro, mas por enquanto o presente me mostra que no passado a minha maneira de desejar mais para este presente que um dia foi futuro estava equivocada. aprendi vários conceitos que achava ter, mas que na realidade era uma imaginação de mim mesmo.hoje não tenho, nem metade do que gostaria, nem metade. é entre sombras e relapsos de sol que percebi, meio em câmera lenta, o quanto perdemos e deixamos passar. e pensando sobre, já está passando.quanto tempo mais perderemos então? será que abandonar, abdicar, ou ceder são atos tão difíceis? o mais difícil não seria construir uma crosta diária de empecilhos para que cheguem mais próximos de nós? somos um caminho sem volta. ou só estamos dando voltas... ...precisamos saber apenas ao redor do que.
ps: eu, tomara que não seja de mim mesmo.
20 de maio de 2011
3 de maio de 2011
gastrofilosófico.
o ato de ingerir, trazer pra dentro de si algo que se quebrará e se transformará em você. da animalidade à elegância muito se trançou em busca de sabores ou de um sensorial rebuscado. onde estão os juízes de palatos discriminativos que denominam alimentos e criam cultura de melhorias? tornar tragável é ritmia, tornar saboroso é consequência de uma ciência aplicada. transformar em uma experiência inesquecível é fruto de uma alquimia que vai além das temperaturas e dos pudores sociais. estamos no rumo do diferente... e talvez comamos com as mãos novamente acessando um incosnciente coletivo, uma animalidade tanto repudiada; e assim se torne lúdico a miséria do talher, a falta do instrumento e a cópia de uma cultura que foi sustentada pela miséria. fazemos então gastronomia, ou selecionamos requinte improvável à quem não tem eira. alimentar-se. difícil se é porque não temos foco neste objetivo. queremos ludibriar os olhos sem favorecer o corpo, mesmo com a tentativa de equilíbrio. abrimos mercados, e fechamos nossos olhos pro pior do alimento, sua falta. o que realmente alimentamos com a alta gastronomia, claro que nem todos, são os nossos egos que sempre estão sedentos pela aprovação que cheia de critérios, muitas vezes não respeita o mais simples de nossos costumes. então globalizemos os sabores! façamos o feijão com arroz prato principal na mesa de qualquer nação! ou pelo menos, façamos o simples... aprendamos que alimentar-se é muito mais que favorecer os olhos. entendamos que respeito devemos ao ser humano, com dedicação ao alimento, mas não o transformando no foco de nossa jornada. alimentamos gente. e o alimento é nossa ferramenta, não os utensílios convencionais. porque através do alimento conquistamos gente, alimentamos pessoas, e confortamos algumas almas que necessitam de um pouco mais no ato de comer. e, por si só, desta forma a cozinha se transformará em um imenso laboratório espiritual.
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