19 de setembro de 2008

hoje

sinto uma angustia todo dia. parafrasear não seria correto, então defino entrelinhas. falo do que flameja em mim. é como uma camada elástica grudada na pele e que com o tempo vai sendo puxada, fazendo-se menos em você, mas pressionando o que sobra com um peso maior ainda da ausência. objetivos com essa sensação tenho vários. inclusive o de pretensiosamente explicá-la. é falta sem ausência. uma metáfora da saudade. um sinônimo de frio. um substantivo de uma oração sem sujeito, que prejudicado pelo adjetivo se reconstroi em vírgulas. há sempre algo mais, e mais nada ao mesmo tempo. é vazão pro lúdico da ausência, da fantasia de existir algo inatingível. sempre descrevo frivolidades pra Realidade. ela, por si só, ausente na ausência, trava guerra com essa sensação. são idas e voltas num rodopio sem fim. repetitivo que se esvai na ausência.

e ausência é a única coisa que tenho presente.

10 de setembro de 2008

em tempo.

humilhação, paixão, dor, ausência. experimentei pela primeira vez todas essas sensações ao mesmo tempo. realmente me sinto deslocado. não há motivo real pra entender. sei que não se trata de um coquetel agradável de sensações. sei que engolir seco cada uma destas faz crescer um moinho de ausência. um moinho no topo de um desfiladeiro com uma visão privilegiada de um bosque de árvores altas, com clima nebuloso. é sentir sem poder falar, sem conseguir expressar realmente o que se sente.
sinto falta. de algo que não sei o que é.
talvez de infância. talvez de coragem.
o problema é a falta...
ou a infância...
ou a coragem.