4 de janeiro de 2011

"tudo desculpa, tudo crê, espera e suporta."

somos apenas uma necessidade. um viés distante de humanidade. estou querendo entender errado, ou é fato? caracteres que não fazem sentido algum. a proximidade fingida de uma tela que me parece solitária, sem realidade alguma. ou será que me apego a pele e olho no olho. será que pessoas sentem saudades, nem que seja apenas do necessário? ou sou humano demais pra ter necessidade de pessoas. será que tornaram-se onerosos demais os encontros, ou é possível realmente suprir o outro com "status" e o que estão pensando naquele momento. será que virtualizaram algo que não acompanhei? às vezes sinto falta de olhares e não de uma lista que não desvirtualiza uma necessidade de gente. e vamos ficando mais distantes, ou ao mesmo tempo mais próximos de sentir através de outras sonoridades e cores menos interessantes. estou falando pela ponta dos dedos e congelado em códigos. sei de muitos, mas não sei nada de tantos. estamos reduzindo; as conversas, os encontros, as trocas, a sinceridade, o amor e o cuidado. agora preciso ter um perfil, estar on-line, me contentar com fibra óptica e megabytes. não posso nem ser inconstância, me resumo numa forma mais simples de "quem sou eu". e acreditem ou não, estamos à venda por um preço insignificante daquilo que queremos parecer ser. sou perfil, sonoro e movimento. talvez menos humano, mas me adicione a sua lista de frivolidades práticas e me exclua dos momentos menos interessantes. acredito que quando mudamos o pensamento criamos movimentos que refletem o que necessitamos. só neste universo não é tão simples formar carreatas onde nos damos as mãos, onde temos certeza da crença em um ideal porque não tocamos ninguém. então quando criarmos algo parecido com estes movimentos dentro da surrealidade, estaremos pontuando a loucura. estaremos condenando a caridade a virtualização da miséria humana. bolemos campanhas então! não estamos tão distantes assim...