11 de novembro de 2010

infames

mesmo que infantil acreditar em promessas, infames todas são. desconstruir-se é um modelo de ser incrivelmente inconstante. é necessário por vezes entender que nada mudará sem colaboração de um destino autodidata, das coincidências performáticas e dos acasos infames. que família interessante a que comanda nossos vieses. há tempos não tracejava linhas sobre futuro. permiti que o presente se fizesse entendido, e claro, esperado em qualquer texto, que o passado nem apareça. e então vivemos de metade, de fim, sem meios para se chegar onde nem se procura chegar. há, sei que existe, algo que chama cada um à um penhasco pessoal. não para que nos joguemos, mas que vejamos uma paisagem de nossas realidades. que percebamos o que existe de horizonte e que se, em alguma hipótese quisermos, existe ainda um penhasco logo a frente. se souber voar tente. se tens medo, então apenas aprecie a paisagem. mesmo que lúdica, metade de você está alí. a outra, se reserva a observá-la.

28 de setembro de 2010

muito eu, pouco nós.

dê-me o direito. de não ser mais, de não ter mais algo pra me apoiar. do pouco que me fiz, muito me transformo. estou sendo metade de mim, e um pouco de algo que me emprestaram. sou cacos. bagulhos de um alho que nem "bugalhos" foi. sou metade amor, a outra, metade de amar. sou pouco de mim com muitos de nós. sou estranho à mim mesmo.sou eu, ao avesso. estou metade de ser, sendo mais da metade do que fomos. sou inteiro em pedaços, e todos inteiros. sou vazio de um completo tudo.e nada que completa um enorme vazio. sou amor. amante. amado. sem sentir nada. absolutamente nada. vazio do que entreguei sem perguntar a quem. levaram-me. pra onde?