3 de janeiro de 2008

tem que mostar que é arte

quantos discursos ainda escutarei de que "arte é...". claro que vários e tantos já ousaram pensar nisto e qualquer definição que eu venha a inventar como forma de encaixar a minha vai se encaixar com a de alguém que já tentou. portanto me reservo ao que a maioria faz, finjo que é, digo que é até que alguém acredite. tem que parecer pelo menos. é que disseram que texto não é arte, é a cientificidade de transformar sentimentos em letras, o que pra uns é impossível. sorte a minha que trabalho dissecando sentimentos ruins e suas possibilidades. ou não, apenas escolhi um caminho experimentalista pessimista, porque ou é pessimista ou é esperançoso. as pessoas não costumam acreditar em realista porque tudo é tendencioso. pra que alongar então?

o que eu faço é arte. e o que você faz?

não se preocupe, de alguma forma é arte também.

1 de janeiro de 2008

desculpas de novo ano

antes nem sempre é melhor que agora, mas antes tem gosto de felicidade congelada pronta pra reaquecer. é como infância bem vivida, queda da qual você mesmo ri. o passado apaga, em alguns casos, o que de ruim sentimos. mas quando guarda, potencializa dor e sofrimento. é culpa do passado se algo existe hoje, e o futuro é sempre desejado como algo interessantemente frágil. é que escolheram data pra que paremos e pensemos em passado e em futuro no presente momento. desejo de melhora e esquecimento do ruim. que tipo de reflexão se fundamenta em passado e futuro!?

pode parecer óbvio demais que seja assim que devamos refletir, mas talvez se refletir fosse buscar a calma do momento, não perderíamos tanto tempo com remorsos e promessas que nunca irão se cumprir.

feliz ano novo? vida nova?

que tal... cuidado com o que vem e bem feito com o passado?
hã?! pessimista?

talvez sim, mas pelo menos não se trata de desejos permissivos, onde desculpamos sempre o passado acreditando em melhora através da providência divina.
o que faz com que desculpar-se seja uma coisa e inventar desculpas pra si seja outra.
qual dessas foi sua conclusão após refletir neste final de ano?