28 de dezembro de 2007

velho

cresce, todos crescem. mas nem tudo morfa com o tempo. aquela ambulante citada por Raul talvez seja utópica demais. me permito a intimidade pelo processo semelhante de existência, em função de idéias e poesia concreta. o sonho de uma sociedade alternativa. diferente em ideais, mas ainda assim alternativa. mutuo e mutante, amor não sob vontade, mas por vontade própria. dar pernas a sentimento, deixar caminhar como se não houvesse rumo. é liberdade de sentir, inclusive o inverso do bom e do bem. porque equilíbrio é fruto de oscilação, de variar pelas variantes. é, sem sombra de dúvida, amor. não amor poético, nem o do "tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta", nem muito menos o "jamais passará". passa, acaba, tem fim. quem disser do contrário, pode ter certeza que delira na conjuntive do amor. tem fim e é sempre velho. mal interpretado e isolado, maltratado e tratante. isso é amor. esqueçamos o relicário da poesia que cega, fulminava em descrições cheias de inverdades.

o amor é um velho ranzinza, chato, que definha aos poucos, esperando qualquer visita de um antigo parente pra acreditar que ainda vale a pena.

e isso não é um manifesto, nem pessimista. é que realidade não vem coberta de confeitos nem enfeites.

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